28/07/2017

Seminário apresenta experiências no combate à violência contra a mulher

O primeiro Seminário Interno da Patrulha Maria da Penha foi aberto na quarta-feira, no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, com a presença de mais de 100 policiais militares, com o objetivo de atualizar e aperfeiçoar o trabalho realizado e, ainda, trocar experiências. O evento comemorativo aos cinco anos do programa também integra as comemorações dos 180 anos da Brigada Militar.
Em Bagé, a patrulha existe desde o dia 17 de julho de 2015 e conta com quatro policiais militares que trabalham em uma viatura. Conforme informações da Brigada Militar o trabalho é em conjunto com a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e são acompanhadas, cerca de quatro medidas protetivas por semana, às vezes, reduzindo e em outras aumentando.
Na abertura do seminário, o chefe do Estado-Maior da Brigada Militar, coronel Júlio César Rocha Lopes, parabenizou a unidade. “É um trabalho diferenciado, de qualidade, de muita abnegação, de extremo profissionalismo e dedicação”, declarou. Para ele, as atividades das patrulhas devem ser incrementadas. “Além de salvar vidas, vocês estão salvando famílias, comunidades e fazendo um serviço que, muitas vezes, ninguém quer fazer”, destacou.
A coordenadora técnica do programa, capitã Clarisse Heck, salientou que muitos feminicídios foram evitados com a atuação da Patrulha Maria da Penha. “Ameaça e lesão corporal são as ocorrências que prevalecem. O programa tem apresentado redução dos índices de violência doméstica e familiar nas regiões de atuação. A partir desses resultados, a ideia é ampliar a presença da Patrulha nas cidades gaúchas”. De acordo com as estatísticas, somente no ano passado, 96 mulheres foram mortas no Estado, o que representa uma média de oito vítimas por mês
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Andreis Sílvio Dal'Lago, alertou que todos têm direito de viver em uma sociedade livre, diferenciada, sem violência nem agressões. ”As vítimas enxergam em vocês a salvação de suas vidas”, enfatizou. “Enquanto uma mulher precisar, estaremos lá”, assegurou, referindo-se à atuação da BM na prevenção da violência doméstica e familiar.
Durante o seminário, os oradores apresentaram temas de interesse de quem trabalha diariamente com o estresse de acompanhar situações de violência. Para mudar essa realidade, segundo os especialistas, é necessário mudar comportamentos.